sábado, 3 de maio de 2014

Um voo breve

Foi um voo breve.
Cheio de caminhos retos e talvez por isso antecipou-se o ponto de chegada.
Iniciamos um voo na primavera, florida, cheia, colorida, aconchegante
Observei teus sinais, sem que até então os tivesse compreendido.
Bati cada vez mais minhas pequenas asas, até que fosse vencida pela exaustão.
E assim, pude observar que o inverno chegara e o quanto seu voo era bonito,
Todos paravam para admirar.
A fonte jorrou, depois de um curto período de seca.
Era absurdamente lindo ver a velocidade, a altura e a leveza do seu voo solitário.
E era absurdamente triste constatar que as minhas asas unidas as suas já não eram necessárias para que seu voo fosse seguro.
Era constrangedor ver os olhares se desviarem em minha direção,
Parecia que todos aqueles pássaros, sabiam o que acontecia.
Todos pareciam saber que eu te perdi,
E todos pareciam solidários a minha dor.
Mas no fundo uma alegria queima o peito do pequeno passarinho,
É bom saber que ao menos suas asas serviram de apoio para o voo mais bonito que aquele bosque já viu.
Então, voe pequenino!
Estufe o peito e mostre ao bosque como sabe encantar.
E eu continuarei aqui, aplaudindo e a postos para te erguer,
Caso se perca na imensidão azul de um céu sem listras.

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