sábado, 20 de fevereiro de 2016

O Tempo Não Cura

Engano é achar que o tempo é um remédio que cura.
O Tempo na verdade é um Paliativo,
Que faz com que a ferida anestesie por um curto tempo,
E assim, a dor e o incomodo por sua vez são temporariamente camuflados.

O tempo não cura, não sara, não faz cicatrizar.
Vencendo a sua dose diária, o que temos é o “calejar”,
A dor não passa, mas ela já não é tão insuportável como no estágio inicial.
A ferida não fecha, mas é possível conviver com a curva desse vale indesejado.
E a solidão se torna tão presente, que por segundos
Esquecemos da ausência que ela deveria provocar.

O ser humano por fim, é como um camaleão
Que além das cores, desenvolve de forma forçada a camuflagem dos sentimentos.
E por detrás dessa gaiola, observo o circulo vicioso que se instalou por entre os vôos,
O choro, o riso, o ter e o não querer, o querer e o não poder mais ter..
Tudo muda o tempo todo, e tudo acaba sendo igual.


Cada partida, cada despedida arranca um pedaço da forma,
Abrindo um espaço novo, para cada chegada, cada apresentação.
É uma ordem natural, cada forma tem seu limite,
E todo limite, tem um limite de expansão.
A gente vai tentando alargar até que de repente,
Superlota, amarrota, sufoca e mesmo não querendo
É inevitável à abertura do novo espaço,
E esse processo dói, machuca, angustia, paralisa ..
E a única receita que nos passam é de um remédio com uma tarja preta,
Que causa dependência, que vicia, que nos faz refém,
O único sem um contra indicação explicito,
Na caixa está escrito seu nome em letras garrafais,
Seu nome é TEMPO
.

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